sábado, 1 de outubro de 2011

9ª Etapa


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9ª Etapa: Maranello - Livorno, 213km, 9h15mn

Mais um dia radioso!

Enquanto o “Pepe Riotcha”, ainda estava nos "braços de Morfeu", aproveitei para ir dar de beber à Gigi, verificando os níveis e as condições para a viagem de hoje, que se iria apresentar com algumas (grandes) dificuldades.

Depois de tomado o pequeno-almoço neste óptimo Hotel temático, fomos para o Museu da Ferrari.


Palavras para definir o que vimos, só quatro bastam:: “Têm que lá ir”!


É indescritível!


Sem vergonha, posso confessar, que quando entrámos na sala em anfiteatro, onde estão expostos os últimos modelos de F1, junto aos capacetes e fotos dos campeões do Mundo pela marca, senti um arrepio e até fiquei comovido...!


Não é fácil, numa fracção de segundo, sentir as emoções que se viveram durante uma vida a vibrar pela “marca do cavalinho”.

Do F40 ao Enzo, do 308 GTO ao 458 Italia, do F1 do Alain Prost aos fatos do Gerhard Berger, Niki Lauda, Gilles Villeneuve, entre outros, respira-se emoção.

Uma parede inteira com as evoluções dos vários motores F1, assim como os modelos para estudos aerodinâmicos é algo que nos parecia inatingível.


Pelo meio, deu para posar junto do 275 GTB4 de 66!

E de um Daytona...

Ah... e já falei no 599XX, com V12, 5.999cc de 700cv?

Pepe, junto do "seu" GTO!


No museu o tempo passou (rápido demais) e quando demos conta, já era quase meio–dia…

 Ficam as memórias...

Na loja do Museu, verificámos que os preços dos produtos até nem eram mais caros que na concorrência exterior.

Eu não podia passar sem comprar um Ferrari em Maranello, e assim fiz.
Pena que seja na escala 1:18…

 Neste caso um modelo com a minha idade: Ferrari 125 S de 1947.


 Ainda “firmámos contrato” e comprámos mais dois para os meus netos (grandes admiradores da marca).


De saída, ainda pensámos em alugar um Ferrari 599 Fiorano,que ficaria a cerca de 60 Euros por dez minutos, mas o tempo estava a encurtar…

O Pepe pediu para deslocar a Gigi, para a frente do Museu, num passeio de acesso ao mesmo para tirar uma fotografia.


Quando me estava a preparar para voltar à estrada, um carro italiano bloqueou-me a passagem de frente!

De lá saiu um individuo com as mãos no ar, parecendo zangado, como se lhe estivesse a passar por cima do jardim em flor…

Quando se dirigiu a mim, puxa de um cartão, com uma foto, e eu a pensar:
Ainda por cima deve ser da “secreta”… Estamos tramados!

E então de forma entusiasmada, diz:
“Salve io sono Nicola, associato nº 45 del  "Club Amici Topolino de Belluno”!

Fiquei aliviado, pois não me estava a agradar nada a ideia de perder o “ferry” e ir dormir à pildra da “secreta”…  

O entusiasmo do nosso Nicola, era enorme!

Queria que fosse a casa dele, ou que em alternativa, fôssemos tomar uma bebida, enfim estava deveras extasiado por ver uma “Belvedere” portuguesa, em terras Italianas…

Ficou “de boca aberta”, com a nossa aventura.
Ligou de imediato para a Presidente do Clube, a quem me passou o telefone e com quem trocámos saudações.

Trocámos também números de telefones, “e-mails” e demos os blogs relacionados com a Gigi.

Como estávamos com alguma pressa, o nosso Nicola, prontificou-se em guiar-nos para fora da cidade e aconselhar no melhor caminho para vencer o “Abetone” (1.380mts.), no nosso trajecto Maranello – Lucca – Pisa– Livorno.

Despedimo-nos daquele grande aficionado de Belvederes (ele tem uma e um Topolino), além de muito simpático e prestável.

Grazie, Nicola!

Gigi nos Apeninos

A subida iniciou-se muito bem, com óptima estrada, maravilhosas vistas, campos verdes, sem ter necessidade de “meter” a terceira velocidade, mas a certa altura, a Catarina (GPS), insistiu, dizendo que deveríamos virar à direita.

Em má hora lhe fizemos a vontade.

Deparámo-nos com uma estrada, ao fim uns duzentos metros,com umas descidas e subidas, que mais parecia a montanha russa de qualquer feira estival… Numa vez, tive de me “pendurar” nos travões, caixa, travão de mão, etc., para não ter de entrar pela traseira de uma “Trackar” que nos precedia…

Foi um susto!

Enquanto não nos livrámos daquele sobe-desce, não descansámos!

Finalmente chegámos a um bom piso, mas tínhamos perdido o caminho ensinado pelo Nicola…


Só ao fim de uma boas duas horas, depois de passarmos montes e vales (LINDÍSSIMOS), chegámos a Lama Mocogno, que era, esta sim, uma povoação a caminho do Abetone. Parámos para uma bebida e ligeiro snack.

Voltámos ao “ataque” do Abetone, onde finalmente chegámos depois de incontáveis mudanças de caixa com “primeiras e segundas” (não sincronizadas).


Depois da foto de circunstância, iniciámos a descida.

Avisaram-nos dos perigos, pois descíamos 1.200mts em cerca de 15 quilómetros!
Tínhamos de usar mais motor que travão.
Apesar da Gigi estar equipada com DOT 5, no circuito de travões, não é de fiar e assim fiz.

A determinada altura, Ricardo avisa: -“ Acidente”!

Ao chegar a uma curva “em clip”, (pior que em cotovelo) verificámos um acidente provocado por um Austin Healey 3000/MkIII, que, suponho por falta de travões, seguiu em frente, chocando de frente com um Citröen C3, destruindo este seriamente, ficando aquele com o lado esquerdo frontal metido dentro. Não se viam feridos e a polícia já estava a tomar anotações. Acontece…

Durante a descida notava que, quando dava um pouco de acelerador, à saída das curvas, saía uma nuvem de fumo do escape, engasgando dois ciclistas, que vinham "picados" connosco, que nos queriam ultrapassar, (mas faltava-lhes pulmão!!!).


Coitados.

Ainda devem estar a desentupir os “filtros”… (kof-kof)!

Quando atingimos níveis aceitáveis ao navegar junto a um rio, na povoação de Fabriche de Bagni di Lucca, vimos a traseira de um Topolino num velho galpão/oficina. Voltámos atrás e fomos falar com um "vechio mecanico", para perguntarmos o porquê da fumarada, na descida.

Explicou-nos que devido às marchas baixas e da inclinação do traçado e ainda de rotações fora do normal, provocava esse efeito. Ficámos mais descansados.

Convidou-nos então, para irmos ver uma outra Belvedere ("condenatta"), a sua casa, distando 50mts abaixo.


Lá fomos e quando não é o nosso espanto, que além de nos mostrar uma Belvedere de 54, só com 2.035 Kms de nova (!), tinha mais 5 Topolinos e um “B”. 
Que visão!

A razão da Belvedere, ainda na rodagem, tinha a ver com uma emigração para os States, logo após a compra, e, mais tarde com um evento bastante triste na sua vida familiar.

Despedimo-nos, porque o tempo para o embarque estava a ficar curto.

Depois de Lucca, entrámos em Pisa, para o Ricardo verificar como a instabilidade de um (grande) objecto - a Torre de Pisa -, pode ser estável.


Mais uns instantâneos para recordar e fomos para Marina de Pisa, para a última refeição na “Bota da Europa”.

Um jantar de marisco e peixe, foi uma boa opção.

Com duas horas para o embarque e com 12 kms pela frente, chegámos ao Porto de Livorno com as coordenadas do GPS.

Quando íamos a passar pelo pórtico de acesso, o funcionário informou-nos que o ferry para Barcelona era do outro lado da refinaria.

Voltámos para trás e quando estou a fazer a curva, acende-se a luz da reserva!!!
Pensei:
Ainda temos cerca de 5L no depósito, como tal dá para abastecer em Barcelona ao sair do “ferry”.

Andámos às voltas, passámos por uma bomba de combustível, optando por não abastecer, por ser mais barato em Espanha, até finalmente, e ao fim de uns 5 a 6 quilómetros chegarmos ao porto de embarque!

Finalmente!

Fiz o check-in e quando vou a pôr a Gigi a funcionar, foi-se abaixo…
”Mau, estás com saudades da tua terra de origem?" Pensei eu.

De novo, trabalhava mais uma ou duas rotações de cambota e…puff!
Só faltava mais esta…

A 20 metros do ferry e sem uma gota de gasolina!
Lembrei-me que em Bologna, a bóia foi reajustada, mas pelos visto, mal!


Conclusão: com a ajuda dos funcionários da “Grimaldi Lines”, empurrámos a Gigi para dentro do ferry e ficou logo à entrada, arrumada a um canto, junto ao “Panda” do Comandante (que não se comoveu, quando lhe tentei comprar um litrito do precioso líquido, para a saída em Barcelona).

A Gigi, ficou a descansar, enquanto subimos para arrumar a nossa tralha e ir descansar, já que a aventura do Abetone, deu cabo de nós!

Até amanhã.


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1 comentário:

  1. Para a aventura ser completa tem de haver percalços em todas as etapas. Assim é que é!!!!
    Ou bem que é Aventura ou então é um passeio puro e simples!!!!!!

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